Advogado Alaor Gregório de Oliveira morre em asilo interditado por maus-tratos a idosos

Luiz de Carvalho

O advogado Alaor Gregório de Oliveira, de 77 anos, que foi assessor Jurídico da Câmara Municipal e um dos principais ativistas pela igualdade racial em Maringá, morreu nesta quinta-feira, 12, de causas ainda não reveladas.

Ele vivia em uma casa de repouso que foi interditada na semana passada por decisão da Justiça e desde então o advogado estava em um hospital devido a problemas físicos, inclusive ferimentos cuja origem ninguém soube explicar.

Alaor de Oliveira morava em Maringá desde 1974, quando chegou de Presidente Prudente para trabalhar no Funrural. Paralelamente participava de atividades culturais, como o Teatro e os grupos folclóricos, especialmente aqueles ligados à cultura afro-brasileira.

Na condição de advogado, Alaor cuidou da parte legal da fundação da União e Consciência Negra, associação que resultou da luta de vários maringaenses que participavam dos movimentos afro-brasileiros e lutavam pela igualdade racial.

Ele foi ouvido também na elaboração do Estatuto da Igualdade Racial e na implantação da política de cotas da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Esta é a segunda perda do movimento negro de Maringá. Em abril, morreu o professor Jairo de Carvalho, de 61 anos, também um dos fundadores da União e Consciência Negra e de várias outras manifestações da cultura afro em Maringá.

Nos últimos anos, desde que seu estado ficou grave por causa de uma doença degenerativa, o advogado vivia na Clínica Renascer Serviços e Cuidados ao Idoso (foto), um asilo de idosos que foi interditado na semana passada por decisão da Justiça depois de denúncia do Ministério Público sobre possíveis maus-tratos aos idosos. Há suspeita de que um homem de 91 anos morreu depois de ter sofrido uma queda, mas antes de morrer ele gravou um vídeo em que fala como era maltratado pela dona do asilo.

Clínica Renascer, o asilo particular de idosos onde Alaor passou seus últimos anos

A dona do asilo está presa preventivamente e agora a Justiça procura descobrir se também Alaor Gregório de Oliveira foi vítima de violência, já que apresentava vários ferimentos no corpo.