Ginecologista de Maringá é investigado como suspeito de abuso sexual
1 de fevereiro de 2024Um médico ginecologista de Maringá está sendo investigado por prática de abuso sexual durante consultas a mulheres em sua clínica. Nesta quinta-feira, 1º, a Polícia Civil cumpriu dois mandados de busca e apreensão no consultório e na residência do profissional, recolhendo dispotivos eletrônicos e documentos para perícia.
A busca e apreensão autorizada pela Justiça foram pedidas pela Delegacia da Mulher de Maringá depois de serem ouvidas quatro mulheres que dizem ter sido vítimas de abuso durante consultas.
Segundo o delegado Dimitri Tostes, titular da Delegacia da Mulher, as mulheres relataram o que elas entenderam como abusos por parte do profissional. Duas delas disseram à polícia que o médico chegou a ter ereção durante a consulta e que estranharam a forma do atendimento e o tempo que o ginecologista demorava em alguns casos.
De acordo com Tostes, uma das supostas vítimas retornou para consulta e novamente o médico teve comportamento completamente estranho. “Ela disse ter absoluta convicção de que foi vítima de abuso sexual travestido de prática médica”, disse.
A Delegacia da Mulher está à disposição de outras mulheres que podem ter sido vítimas de abuso do mesmo médico. Um outro caso de abuso por parte de um ginecologista de Maringá, no ano passado, começou com as denúncias de três mulheres e poucos dias depois já eram mais de 40. Não será surpresa se a situação se repetir.
.
É possível identificar abuso ou má conduta em exames ginecológicos?
Exames ginecológicos são indispensáveis para detectar graves doenças, como o câncer do colo do útero, o terceiro tipo mais incidente entre mulheres no Brasil. Mas qual deve ser a conduta médica na hora da realização dos procedimentos? Como saber se o especialista passou do limite ético?
De acordo com Maria da Guia de Medeiros Garcia, médica ginecologista e gerente de Atenção à Saúde da Maternidade Januário Cicco, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (MEJC-UFRN), vinculada à Rede Ebserh, existe uma recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) que, em tese, deveria ser seguido por todos os hospitais, laboratórios e demais locais onde esses exames possam ser realizados.