Construção de dois viadutos na BR-376 em Sarandi é licitada pelo DER

Construção de dois viadutos na BR-376 em Sarandi é licitada pelo DER

22 de dezembro de 2022 1 Por Luiz de Carvalho

O prefeito de Sarandi, Walter Volpato (PSC), recebeu nesta quinta-feira, 22, informação do governo do Estado que já foi feita a publicação do Extrato do Edital que dá início ao processo de licitação para a contratação de empresa para a construção de dois viadutos na BR-376, na área urbana de Sarandi. A primeira licitação é para a elaboração dos projetos e, na sequência, começa a construção.

 

De acordo com a publicação feita pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná, serão implantados dois retornos em desnível entre as marginais da BR-376, um deles no Km 181 e outro logo na sequência, no Km 182. Juntas elas somarão 760 metros.

 

As futuras trincheiras serão um pouco diferentes das outras duas que foram construídas alguns anos atrás nos cruzamentos da rodovia com as avenidas Londrina e Francisco Borsari Neto. Eles serão construídas nos cruzamentos com as avenidas Curitiba e Rio de Janeiro com rampas de acesso a cada uma das marginais, as ruas Antonio Volpato e Ademar Bornia.

dois viadutos na BR-376 em Sarandi

Com este modelo de viaduto, o trânsito na BR-376 continua fluindo sem cruzamentos ou qualquer outra interferência Foto: CCR Rodonorte

 

Os dois viadutos serão do mesmo modelo dos que foram construídos há um ano na BR-277, entre Curitiba e Campo Largo, com o viaduto rodoviário tipo ferradura, com cerca de 2 quilômetros de pistas marginais e travessia para pedestres com uma nova passarela, permitindo assim a ligação entre as zonas norte e sul da cidade, dividida pela BR-376, retornos em desnível e também acesso com mais segurança às áreas comerciais e residenciais das proximidades.

 

Para o prefeito Volpato, a informação chega como um grande presente de Natal para Sarandi. Há anos ele vem falando com o governador Ratinho Júnior (PSD) da necessidade de mais passagens pela BR-376 entre norte e sul da cidade e o governador pediu à Secretaria de Infraestrutura e Logística que fizesse um estudo do caso. Todos os deputados da região apoiaram o prefeito, várias reuniões foram realizadas em Curitiba e por fim a ideia começa a se materializar a partir do edital para abertura de licitação.

 

Trânsito insustentável

 

Alguns anos atrás, com recursos do governo do Estado, foi feito o rebaixando da BR-376 nos cruzamentos com as avenidas Londrina e Deputado Borsari Neto, mas isto resolveu, em parte, o problema de veículos que trafegam pela BR-376, que assim passam pelo perímetro urbano sem cruzamentos e sem risco de acidentes. Porém, para a cidade a situação mudou muito pouco ou nada. Todo o lado sul da cidade tem apenas a Avenida Londrina para cruzar para o lado norte ou mesmo para pegar a BR-376. Isto  transforma a Londrina, que é a avenida mais comercial da cidade, em um tumulto, especialmente nos horários de pico. Os congestionamentos são diários e ficam cada vez maiores. E quando a Avenida Londrina para, praticamente toda a área central é afetada.

 

O mesmo acontece com o lado norte, que cruza para o lado sul pela Avenida Borsari Neto. Isto vale tanto para automóveis, quanto para caminhões, ônibus e motocicletas.

 

Travando o crescimento

 

Na conversa que teve com o governador, acompanhado pelos deputados da região, o prefeito Walter Volpato alegou que a situação está complicada, mas vai ficar pior e travar o crescimento da cidade se nada for feito logo.

 

Segundo ele, Sarandi é uma das cidades onde a população cresce mais rápido no Paraná, “hoje já somos 135 mil habitantes e estão registrados mais de 60 mil veículos com placas de Sarandi”. Como a frota de veículos cresce em um ritmo acelerado, o problema só tende a piorar, o que levou as autoridades a lutar pela construção de mais dois viadutos na BR-376 em Sarandi, porém sabendo que em breve será necessária a construção de novas passagens.

 

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Audiência pública debateu o caso na Assembleia

 

Há um ano, autoridades estaduais, deputados estaduais e representantes de Sarandi e Maringá participaram de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná para buscar saída para os congestionamentos que ocorrem o dia inteiro e piora nos horários de pico, na BR-376. Um trecho de poucos quilômetros entre Maringá e Sarandi sofre com o alto fluxo de veículos na parte urbana da rodovia BR-376 que liga os dois municípios. O resultado são congestionamentos e acidentes graves, que trazem transtornos não só para motoristas, mas que também prejudicam o comércio e a indústria.

dois viadutos na BR 376 em Sarandi

Autoridades e representantes de entidade participando da audiência pública convocada pelo deputado Homero Marchese   Foto: Jaime Martins

 

Para apontar possíveis soluções para o problema, o deputado Homero Marchese (PROS) reuniu representantes de associações comerciais, prefeitos, vereadores e especialistas.

 

O debate reuniu sociedade civil e poder público em busca de soluções para o problema. “Reunimos cidadãos e autoridades para discutir este problema sério, que é o acesso a Maringá e Sarandi pela BR-376. Todos os dias, milhares de pessoas enfrentam um grande congestionamento, que eleva risco de acidentes”, informou.

 

Segundo o deputado, as obras no Contorno Norte de Maringá foram iniciadas em 2008 e concluídas em 2013 para desafogar o trânsito na Avenida Colombo, importante via da cidade que recebe todo fluxo vindo de Sarandi e municípios vizinhos. “No entanto, os problemas persistiram. Por isso nosso objetivo é ter um apanhado do que já foi feito e o que poderá ser feito para resolver esse problema tão grande. Espero que essa oportunidade seja aproveitada para que tenhamos informações e formas de resolvê-lo”, disse Homero.

 

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) vem trabalhando para encontrar resoluções. José Carlos Beluzzi de Oliveira, superintendente regional do órgão, falou sobre os projetos, estudos e soluções integradas entre a Prefeitura de Maringá e o DNIT. O especialista relatou uma série de intervenções possíveis já para o ano de 2022, além de outras para serem realizadas no futuro. Ele informou que um convênio com a Prefeitura de Maringá pode permitir a ampliação de vias marginais.

 

Outras soluções são a construção de alças de mergulho e rebaixamento de trechos para desafogar o trânsito. Em curto prazo, o especialista informou que algumas diretrizes já podem ser colocadas em prática em 2022, com correções geométricas e mudanças de tempo de semáforos.  “Para minimizar o problema, os estudos têm de ser colocados em prática”, disse.

 

O prefeito de Sarandi, Walter Volpato, listou uma série de alternativas. Na visão do prefeito, são necessários investimentos financeiros. “Sabemos que é um problema crônico. Vamos buscar soluções para resolver o fluxo do congestionamento. Precisamos de novas alternativas, com a continuação das obras na Avenida Horácio Raccanello, mas sei que é caro. Precisaríamos de recursos para obras, coisa que o município de Sarandi não tem. Neste sentido, é necessária a ajuda da Prefeitura de Maringá e do Governo do Estado.”, avaliou.

 

De acordo com Luís Alberto Spaciari, chefe da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na região, a polícia busca realizar um trabalho para manutenção da segurança viária. “Há algum tempo o acostamento foi transformado em faixa de rolamento, aumentando a capacidade fluxo em 50%. Mesmo assim o congestionamento acontece. A questão é o gargalo embaixo de viaduto. Esta é um ponto estrutural que precisa de análise de especialistas”, opinou.

 

Relatos de quem vive o problema

 

André Ribeiro, vice-presidente da Associação Comercial de Maringá (ACIM), abordou a influência do problema nos aspectos comerciais e econômicos. “Este é um tema muito importante para classe empresarial, que tem sido afetada por este problema desde o início das obras. São mais de 10 anos convivendo com isso. O trânsito impacta também a qualidade de vida de toda comunidade das cidades. Este é um problema que prejudica o cidadão, os clientes das empresas e o segmento do transporte. Muitos tiveram que que inverter o horário de trabalho para fugir do congestionamento”, relatou.

 

A visão é semelhante à de Edson Barbosa, presidente da Associação Comercial de Sarandi. “São muitos transtornos. Os comerciantes de Sarandi estão reclamando bastante da situação. Nas horas de pico fica muito difícil. Os comerciantes estão pedindo uma solução para desafogar essa situação. Não há mais como se locomover”, disse. Maurício Rogério da Silva, diretor da Associação Comercial de Sarandi, relatou o sofrimento dos moradores do município. “A partir das três horas da tarde já não tem condições de ir de Sarandi para Maringá por causa do fluxo. Isso complica o comércio da cidade, aqueles que têm de buscar e levar mercadorias. As pessoas levam horas na fila para atravessar esse trecho”, comentou.

 

O vereador de Maringá Rafael Roza (Pros) lembrou como o crescimento das duas cidades afetou ainda mais o problema. “As duas cidades cresceram muito nos últimos anos. Então este problema vem se potencializando cada vez mais. Sem considerar acidentes, um trecho em que se levaria de cinco minutos para atravessar demora 40 minutos. A resolução do problema é uma necessidade da região. Ou então chegaremos a um momento em que a via vai travar”, avaliou.